sexta-feira, 17 de junho de 2016

Janelas (metaforicas, ou não)

Eu gosto de janelas. Acho que se pudesse faria uma em cada cômodo da casa.( mesmo que isso talvez seja ruim.) Eu gosto mesmo da ideia por trás da janela...
Qual a ideia por trás das janelas?
É como se elas automaticamente exigissem atenção para a sua paisagem, para o local que elas nos levam a enxergar. Seja ele ali, o que está na cara, ou o que está lá longe, bem além, e você tem que preencher com a imaginação o que a visão já não identifica facilmente.
As janelas tem algo a mais sabe. Imagine as metáforas relacionadas a oportunidades, que acabam ficando esplendidamente melhores com a inserção de uma “janela”. Por exemplo:
Está tudo caminhando pra um local meio errado na sua vida, você não sabe bem como agir e de repente: uma porta se abre para você!
Legal não é mesmo? Mas me parece meio “fraco”. Agora troque por janela:
“E de repente no meio de uma situação problema muito caótica, surge uma janela! E você a aproveita!
Viu só? É diferente.
É como se no caso da janela, você tivesse que “se esforçar” mais, afinal é uma janela. Você tem que: 1) alcançar ela, 2) olhar através dela, (afinal você lembra que janelas exigem ser olhadas), e 3) se preparar um pouco, tomar coragem e atravessar.
Janelas são bem legais, e metaforicamente são mais ricas. (Desculpem portas, vocês também são legais.) As janelas também pedem que sejam atravessadas, puladas, utilizadas, enfim. Como preferir. Nós devemos nos utilizar delas. E mais, se não tiver uma, você pode fazer a sua.

Lembro de uma história, uma que me fez gostar ainda mais de janelas, era mais ou menos assim:
(Era uma vez... Mentira, não tem “era uma vez. Mas começar com uma piadinha sempre ajuda não é? de qualquer forma vamos a história:)
Havia uma jovem. Que como qualquer jovem vivia a toda velocidade, repartindo a vida perfeitamente em trabalho, estudos, amigos, família e etc. Tudo em sua vida possuía seu tempo de acontecer. Aproveitando sempre cada momento quando lhe surgia tempo.
Claro que não existe erro algum em como ela repartia seu tempo. E a mesma nunca engessou sua forma de viver. Ela apenas vivia da maneira que lhe parecia mais funcional e racional.
Um dia ela conheceu um outro jovem, mas que era em muito diferente dela, e talvez isso os tenha feito querer continuar a se conhecer. Um dia ele lhe revelou que era um auto intitulado “fabricante de janelas (metafóricas)”.  Sim, eram janelas metafóricas. Mas ele não falava muito disso, pois as pessoas não entendiam. E ele não queria ter que explicar as suas janelas metafóricas para todo mundo. Apenas para quem importava, seguindo seu próprio julgamento. E essa jovem lhe importava. Logo eles se tornaram bons amigos, mas se viam bem pouco devido a ... as coisas da vida.
[...]
- Você precisa de mais janelas na sua vida. – ele lhe disse um dia, em uma conversa pelo telefone.
- Oi? – ela não entendeu, como qualquer pessoa, na primeira vez que ouvia isso.
- Eu queria te encontrar.  – ele continuou.
- Eu também queria, mas nossos horários não combinam pra facilitar o encontro.
- Precisamos de uma janela então. – ele foi enfático, como se o que falasse fosse algo natural.
- Ainda não estou entendendo.
- Se seguirmos os nossos horários de “obrigações”, talvez tenhamos tempo no final de semana, e poderíamos aproveitar essa janela de tempo, e fazer alguma coisa juntos. – ele esperou uma resposta dela, para ter certeza que deveria continuar.
- Acho que entendi. E sim, é isso mesmo.
- Mas eu queria te ver hoje.  Por isso acho que preciso fazer uma janela. E você deveria aproveitar ela. – ele falava sorrindo, deixando perceptível sua animação.
- Fazer uma janela?
- Está decidido então. Você precisa de mais janelas, e eu adoro faze-las. Então eu serei seu fabricante de janelas. E você terá que usa-las.
Apesar de não entender perfeitamente, ela concordou. 
Naquele dia eles se encontraram. E pessoalmente ele explicou melhor a ideia das janelas metafóricas. 
– Às vezes você só está cansado, ou não se sente bem o suficiente para fazer qualquer coisa. E a janela se torna necessária. Não é preciso mentir ou arranjar desculpas, você precisa é de coragem e sabedoria, para reconhecer esses momentos, e lidar com a situação. precisa ser sincero consigo e então levar isso aos outros. Você cria então uma janela de tempo, e durante aquele momento você poderá fazer... qualquer coisa. (inclusive nada). Você deve comandar seu próprio tempo, e de certa forma você cria "o seu tempo”. É verdade que você pode deixar de cumprir certas “obrigações”, e se isso acontecer muito você será julgado. Mas é por isso que sou um profissional. Você deve ter cuidado com as  janelas criadas por você. E o mais importante sobre isso, é aproveitar o tempo de alguma forma prazerosa. Como eu, que o aproveito com você!
Ela entendeu o conceito. E gostou da ideia. Talvez precisasse mesmo dessas janelas, mas nunca tinha pensado dessa forma. Mas era uma via de mão dupla, ela lhe advertiu
 – É mais você não pode ficar usando essas janelas como desculpas ou maneiras de evitar as obrigações. E eu vou garantir que não abuse delas.
Ali foi firmada uma parceria muito interessante, entre alguém que precisava de janelas metafóricas e um fabricante medíocre que não tinha com quem compartilhar as suas. E eles aproveitaram muitas janelas, numa relação metaforicamente insana, como tinha que ser. 

Eu gosto mesmo de janelas.





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