
Isso não se discute contra nenhum gato.
Lembro de na janela,
ele descansava nela,
Um dia ele estava,
fazia nada,
ou coisa de gato, fazer quase nada.
E de repente,
Nenhum de nos restava contente.
Ele miou, gritou, esperneou
rosnou, olhou, encarou e quase me falou...
Mas não disse,
Senti seu olhar de reprovação,
uma perfeita condenação,
pra algo bem além do que eu reconheci.
De cara me incomodei,
Ele não ameaçava a toa,
era tão preguiçoso quanto poderia,

se estressar por qualquer coisa.
Mas ali na janela,
de olhar atento,
e rosnando continuo,
permaneceu.
Tentei achar o causador dessa agitação.
E depois de um tempo,
Bem que tinha,
lá longe, no telhado da vizinha,
outro gato.
Encarando de volta,
como quem dá uma rabissaca,
mas não controla o olhar que dá meia volta,
só pra desafiar.
Bem, o certo,
é que tinha mesmo outro gato por lá.
Eu o repreendi,
e logo ele desviou atenção.
E eu ainda incomodado,
com tamanha comoção.
Mas gato,
é gato.
Vê mais que a gente,
diz que vê até espirito,
diz que é até mais inteligente,
se é verdade ou mito,
eu mesmo não ligo,
só aceito.
Meu gato sempre viu mais do que eu
e eu só respeito.